O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil caiu 1,6% em janeiro, ficando em 93,6 pontos. Foi revisado ainda o índice de dezembro, avaliado como estável e agora apresenta queda de 0,2%. Como o indicador também caiu em novembro (1,4%), acumula agora três retrações sucessivas. O indicador é aferido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o The Conference Board (TCB), instituição sem fins lucrativos americana.
“A expectativa é que a economia continue muito fraca, com fatores adicionais que aumentam o risco da economia entrar em um período recessivo”, ressaltou o superintendente de ciclos econômicos do Ibre, Aloisio Campelo. Segundo o economista, os índices tem mostrado que a economia está estagnada, com fatores que podem piorar as perspectivas. “Um aperto fiscal pela frente. A política monetária também está apertada. Há riscos envolvidos com potencial racionamento de energia ou de água, ou ambos”, enumerou.
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O resultado mais recente do Iace mostra que as expectativas em relação a economia voltaram a piorar após um curto período de otimismo. “Na medida que o terceiro trimestre mostrou um nível de atividade um pouco melhor, houve alguma melhora de expectativas”, destacou Campelo. Ele ponderou, entretanto, que a aceleração da economia naquele momento estava relacionada a fatores como, por exemplo, o fim da Copa do Mundo.
Em janeiro, apenas três dos oito componentes do Iace tiveram resultado positivo. Entre eles, o Índice de Produção Física de Bens de Consumo Duráveis. No entanto, o índice foi justamente um dos fatores que levou à revisão do Iace de dezembro, uma vez que o resultado divulgado pelo IBGE ficou abaixo da projeção feita pelos economistas do Ibre e do TCB.
Segundo Campelo, o índice teve um resultado positivo devido à liquidação do estoque dos automóveis com desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Evoluiu favoravelmente em janeiro, porque em dezembro e janeiro ainda houve aquele escoamento de automóveis com IPI reduzido”, destacou o economista, que acredita que o indicador não sustentará uma evolução positiva nos próximos meses.
Outros fatores que influenciam o índice, que já estão com viés de baixa, devem se manter assim, na opinião do economista. Entre eles está a relação entre os valores dos produtos exportados e importados pelo Brasil. “Como o Brasil é um exportador de commodities, e as commodities estão caindo no mercado internacional, tanto as agrícolas quando as metálicas, os preços das nossas exportações estão ficando mais baixos do que os preços das importações”
Indicador mostra piora das expectativas para economia nos próximos meses | Agência Brasil
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